Alguns meses antes do 25 de Abril de 1974,na altura da
chegada dos primeiros emigrantes Portugueses a Zurique, para a agricultura e
jardinagem e mais tarde para a construção e hotelaria, a secção do GBI iniciou
uma campanha de recrutamento de sócios junto da comunidade portuguesa.
Tudo estava no começo,no entanto e apesar do medo de se estar
filiado num sindicato, pois a Polícia Política Portuguesa agia e aterrorizava
os emigrantes, a secção sindical tentava estabelecer contactos e apoiava os
portugueses naquilo que podia. Eram tempos duros mas, apesar das dificuldades,
alguma agitação havia junto dos Portugueses e o número de afiliados começava a
ter algum significado.
Não deixa de ser curioso que ao se dar o 25 de Abril e a
seguir no 1º de Maio tenham aparecido na Manifestação mais de 200 Emigrantes
Portugueses apoiando a Revolução e o Governo Provisório, gritando palavras de
ordem de apoio aos Capitães de Abril. A maioria eram alentejanos, alguns deles
com anos de prisão nas mãos da PIDE.
Mais tarde e espontaneamente reuniram-se no restaurante
cooperativo de Zurique uma jornada inesquecível...! Pode-se afirmar que foi
nesse dia que o grupo dos trabalhadores Portugueses da secção do GBI começou por
ganhar força e a aparecer como grupo organizado na secção sindical de Zurich. A
partir daí os afiliados aumentaram e naturalmente o pequeno Comité existente
começou por indicar à direção do sindicato a importância de se encontrar um português para secretário nacional da mão de obra Portuguesa. Mais tarde em
1986 no Congresso de Davos do GBI e por iniciativa do Comité Português de
Zurique e também do Comité de Schaffhausen,foi apresentada uma proposta visando
a contratação de um secretário para exercer essas funções a nível nacional.
Um ano depois os objetivos foram conseguidos. Nesse mesmo ano
tiveram início os cursos de formação profissional em Portugal para
trabalhadores sazonais na Suíça no ramo da construção civil, na base de um
acordo entre as autoridades oficiais Suíças e Portuguesas.
O comité esteve ligado à importante recolha de assinaturas
exigindo o subsídio de desemprego para os trabalhadores temporários no período
da (chamada estação morta) durante os três meses de inverno em Portugal. Esta
reivindicação foi, assim se pode dizer, reconhecida nos acordos bilaterais,
mais tarde assinado pela Suíça e UE.
Em 1993 realizou-se com o apoio deste Comité aquilo que foi a
maior concentração de Portugueses na Suíça, tendo movido mais de 5 mil pessoas,
falamos do 1º encontro da comunidade portuguesa na Suíça, com a participação
dos Ranchos de Folclore existentes na altura,com um desfile pelas ruas da cidade
de Zurique com cerca de mil participantes.
Veio a mudança de nome do sindicato, originada pela fusão com
o sector químico, começaram por aparecer algumas dificuldades.
O número de Portugueses afiliados no GBI rondava as centenas
e cada vez mais o apoio aos sócios requeria mais atenção e mais empenho profissional,
lacuna corrigida a tempo pela intervenção eficiente do nosso Comité da secção
de Zurique.
Atualmente a comunidade Portuguesa na região de Zurique está
espalhada por todas as áreas e ocupa um lugar dos mais elevados em termos te
prestígio de mão de obra qualificada e na integração da sociedade local.
Objetivos do Comité
Continuar a ter um papel importante junto da comunidade
Portuguesa sendo um elo de ligação entre a nossa comunidade e todas as instituições suiças, nomeadamente as ligadas aos direitos sindicais de trabalho, direitos
sociais, e direitos de cidadania.
Nomes que ficarão para
sempre ligados ao Comité Português
Horácio Martins
Agostinho Teixeira
António Ribeiro
Manuel Beja
José Abreu
Domingos Pereira
